Distribuição geográfica dos ovinos Antes de iniciar a criação de ovinos, é preciso possuir uma infra-estrutura básica, podendo-se adaptar algumas instalações existentes na propriedade. Mesmo que o objetivo da criação seja destinado à produção de carne, as instalações podem ser simples e práticas, visando sempre a produtividade e a facilidade de manejo. As instalações necessárias para o manejo dos animais não são complexas, devendo, no entanto, serem planejadas dentro de padrões específicos, para facilitar o manejo. Essas benfeitorias devem ser construídas conforme as necessidades e a relação custo/benefício.
Na construção das instalações devem ser previstos:
Cercas
Devem ser construídas com fios de arame liso, bem esticados, distribuídos de maneira que impeçam a saída dos ovinos, em todas as idades.
As cercas podem ser internas e externas.
Quando as cercas são construídas para proteger potreiros de criação conjunta de bovinos e ovinos, usam-se moirões (postes), distanciados 10 metros um do outro. A cerca deve iniciar com um mestre (poste grande, unido por uma retranca, formando um "H"), que é utilizado nos cantos desta ou em ligações de duas cercas. O mestre serve para dar sustentação à cerca. Além disso, entre os moirões, distanciadas a cada dois metros, usam-se tramas (balancins). Estas devem possuir 1,30 m de comprimento e os moirões, 1,80 m, pois 50 cm será fixado no subsolo.
A disposição dos fios pode ser, de baixo para cima, na seguinte proporção: o primeiro fio de arame deve ficar a 10 cm do solo; entre o primeiro e o segundo, segundo e terceiro, terceiro e quarto fios: 15 cm. Entre o quarto e o quinto fios: 22 cm; entre o quinto e o sexto fios: 23 cm. Entre o sexto e o sétimo fios: 30 cm.
As depressões no terreno e córregos merecem atenção especial, para evitar a saída dos animais. Para isso, utiliza-se o recurso de aramados auxiliares (redes).
No entanto, se a propriedade já possuir cerca para bovinos, mesmo de arame farpado, basta acrescentar, nos espaços inferiores, dois a três fios de arame liso. Para uso exclusivo de ovinos, remove-se o fio superior.
Quando as cercas são construídas apenas para contenção de ovinos, recomenda-se a altura máxima de um metro. Esta altura é recomendável, também, para utilização de cercas internas. Estas podem ser construídas, também, com tela e arame eletrificado (cerca elétrica).
A cerca elétrica se constitui numa maneira econômica de subdivisão de pastagens. Pode ser construída fixa ou móvel. No entanto exige bons aparelhos, boas instalações e manutenção constante.
A cerca elétrica para ovinos é construída com estacas de 90 cm, fixadas ao solo, numa profundidade de 30 cm. é aconselhável o uso de moirões nas extremidades para dar sustentação. O primeiro fio deve ficar distante do solo, 25 cm e entre este e o segundo fio, 35cm.
Quando a cerca for construída para bovinos e ovinos, as estacas devem ser maiores, e o terceiro fio deve distar do solo 85 cm (Fig.1).
Fonte:Embrapa Pecuária Sul, 2003 |
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Fig. 1. Funcionamento do Sistema |
Centro de manejo
Como o nome diz, esta instalação centraliza todas as práticas com o rebanho. Deve estar localizado próximo ao potreiro hospital. É Composto de:
Mangueiras
Têm a finalidade de facilitar a divisão do rebanho nas várias categorias desejadas, de modo a caber um número razoável de animais de uma só vez.
Para calcular a área necessária de mangueiras, multiplica-se o número de animais por fração de metro quadrado, sendo de 0,50 a 0,60 m2, para raças de pequeno porte, ou de 0,70 a 0,90, para raças de grande porte. As cercas da mangueira devem ser feitas com arame liso, tábua ou de pedra. No caso de pedra colocar dois fios de arame na parte superior para os ovinos não subirem. Se a opção for madeira, utilizar guias de 30 cm, que podem ser divididas em três porções de 10 cm.
As cercas da mangueira devem possuir de 90 a 100 cm de altura. Se a opção for por arame liso, os moirões devem ficar distanciados três metros um do outro, e, entre cada moirão, deve haver uma trama afastada do solo. As porteiras de acesso devem ter 0,80 a 1,0 metro de largura.
A mangueira pode ter várias subdivisões, chamadas de bretes, para separar os animais em lotes.
Tubo ou tronco de contenção
Consiste num corredor, cercado de madeira, precedido de um brete em forma trapezoidal para que os animais entrem enfileirados, e termina em um brete. Serve para vários manejos, tais como: vermifugação, vacinação, descola, seleção, marcação, etc.
O piso deve ser calçado com pedra ou cimento, construído a 45 cm acima do nível do solo, para facilitar o manejo do operador. A largura superior do tubo deve ter 50 cm e a inferior 30 cm, sendo a altura de 90 cm e o comprimento de 6 a 12 m.
O tronco pode possuir porteiras laterais para acesso a outros bretes.
Pedilúvio
Consiste numa depressão, em forma de caixa, para banhar os cascos dos animais. Geralmente está localizada no tronco. Deve possuir uma profundidade de 10 cm, com extensão de 2 metros.
Banheiro
é um tanque de imersão construído em concreto, com a finalidade de controlar as parasitoses externa dos ovinos (sarna e piolho). Atualmente em desuso, pois novas tecnologias permitem o controle dessas ectoparasitoses.
Balança
Tem por finalidade acompanhar o desenvolvimento de cordeiros e matrizes, deve ser localizada em área coberta e de preferência ao lado do tronco de contenção.
Farmácia
Consiste num local protegido para guardar medicamentos e materiais de primeiros socorros. Deve ser localizada em ponto estratégico, próximo a uma área reservada para animais em tratamento.
Cobertura
Estrutura rústica que deve cobrir alguns bretes, o tronco de contenção, o banheiro, a balança e a farmácia. A estrutura pode ser de postes de madeira ou de concreto, com acabamento em zinco, amianto, telhas de barro, etc. Serve como proteção as instalações e conforto térmico aos animais e operadores, ou para a tosquia dos animais.
Potreiro hospital
Consiste em uma pequena área reservada a animais doentes, que requeiram maiores cuidados. Deve conter abrigo e água disponível.
Abrigos
Consiste em instalações que podem ser bosques naturais ou coberturas artificiais, localizadas nos potreiros, para proteção contra variações climáticas e contra o sol.
Cochos
Os cochos são utilizados para a suplementação. No campo, os cochos de sal podem possuir vários modelos. Podem ser construidos de madeira, de fibra, de cimento ou com metades de bambonas' plásticas. Os cochos de sal devem ser de fácil manipulação, para facilitar o transporte entre potreiros. Devem estar em local protegido da chuva.
Os cochos de suplementação, utilizados para animais de produção, devem medir 35 cm/animal ou seja, 7 m de cocho para cada 20 ovinos.
Bebedouros
Nas criações extensivas os açudes servem tanto para ovinos como para bovinos. Se não tiver água natural na pastagem, vale construir bebedouros de PVC e com regulagem automática. A água deve estar constantemente disponível para todos os animais, fresca e de boa qualidade.
Estábulo ou aprisco
Instalação destinada para proteção e conforto aos animais durante a noite, principalmente de ovelhas e suas crias, ou ainda, para animais debilitados.
Deve ser construído de maneira prática, para que as fezes possam ser recolhidas e a urina escorrida, facilitando a higiene do ambiente. O ideal é que o piso seja ripado, com 1,5 cm entre ripas, podendo, no entanto ser de cimento, terra batida ou outro material.
O tamanho do aprisco varia conforme a quantidade de animais. Para sua construção é preciso escolher terreno seco, bem drenado, ensolarado, provido de água corrente.
A Construção do aprisco deve possuir forma retangular, com corredor central e dividido em vários compartimentos com dimensões variáveis, para separação conforme a idade, categoria animal, peso, etc. As divisórias podem ser removíveis para facilitar o manejo.
Quando os animais não recebem alimentos, basta uma superfície de 0,5 a 0,7 m2/ovino. Porém, quando forem suplementados, há necessidade de espaço maior, variável segundo a categoria animal, conforme a (Tabela 1) (Sales, 1978). Neste caso, as dimensões do cocho por animal em suplementação, no estábulo, estariam baseadas na (Tabela 2).
Tabela 1. Área necessária (m²) por animal estabulado, sob suplementação alimentar. |
Categoria animal | Raça porte pequeno | Raça grande porte |
Ovino adulto (solteiro) | 0,50 a 0,60 | 0,70 a 1,20 |
Ovelha e cordeiro | 1,0 a 1,20 | 1,40 a 1,80 |
Borrego(a) | 0,40 a 0,50 | 0,55 a 0,75 |
Carneiro p/cobertura | 1,50 a 1,80 | 2,10 a 2,70 |
Fonte: Sales, 1978 |
Tabela 2. Comprimento de cocho (cm) por animal estabulado |
Categoria animal | Raça porte pequeno | Raça grande porte | Média |
Ovino adulto (solteiro) | 0,25 | 0,45 | 0,35 |
Ovelha e cordeiro | 0,25 | 0,45 | 0,35 |
Borrego(a) | 0,25 | 0,35 | 0,30 |
Carneiro p/cobertura | 0,20 | 0,50 | 0,40 |
Fonte: Sales, 1978 |
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